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FRONTEIRA

Com lojas fechadas, Salto del Guairá poderá declarar catástrofe econômica

Economia da cidade está totalmente paralisada pois depende 80% do comércio, com isso, muitas agências bancárias estão encerrando as atividades

Publicado em 07/06/2020 às 21:17

Comerciantes e empresários organizaram um 'buzinaço' neste domingo (07) como forma de protesto (Foto: Colaboração)

A Associação das MPME está preparando um projeto que declara a cidade de Salto del Guairá como uma "catástrofe econômica", como resultado do fechamento da fronteira e da ajuda nula do governo à sobrevivência. Muitas agências bancárias estão deixando a cidade. 

Segundo os líderes das micro, pequenas e médias empresas dessa comunidade, a situação financeira é insustentável, considerando que a economia da cidade depende 80% do comércio de fronteiras, totalmente paralisada pelo fechamento da fronteira.  

Dezenas de famílias estão indo da cidade para o interior, em busca de sobrevivência que está se tornando cada vez mais difícil aqui, dizem eles. 

“O Fundo de Garantia do Paraguai (Fogapy) é uma grande mentira para o povo de Salto; as dívidas que contraímos estão nos encolhendo. A ANDE, em vez de nos ajudar, amplia nossas contas e, entretanto, somos forçados a colocar em quarentena. Esta cidade está morrendo comercialmente e você não percebe", disse Victor Stanley, líder das MPME, em uma mensagem às autoridades nacionais. 

Como parte da situação desesperadora, a “buzina de fronteira” ocorreu neste domingo (07), às 15h, simultaneamente com a Associação de Fronteiras Desempregadas (ADF) de Pedro Juan Caballero e Ciudad del Este. 

Os comerciantes mantêm constantes reuniões on-line com as autoridades da região, para discutir a situação econômica e procurar uma saída. Na véspera, eles se encontraram com o governador de Canindeyú, César Ramírez, e representante do município e da Diretoria.   

Outra equipe, liderada por Arnaldo Villalba, está trabalhando na elaboração do projeto de declaração de catástrofe econômica, acompanhado de material audiovisual que demonstrará em números e imagens a realidade ruinosa da capital de Canindeyú.   

“Não são apenas as lojas, quase todas fechadas. Na próxima semana, a segunda agência bancária fechará. Primeiro, foi o Banco Atlas e agora o Banco Familiar está saindo. E eles não serão os últimos”, lamentou.   

Ele disse que, com o fechamento dos shoppings, milhares de empregos formais foram desperdiçados, além de milhares de outras ocupações informais e de pequenas empresas. A situação é agravada ainda mais pelo forte declínio do real em relação ao dólar.  

No início da pandemia, a variação era de 4 reais por dólar; agora está chegando a 6 reais por unidade da moeda americana, praticamente extinguindo a vantagem comparativa de vir comprar no Paraguai.   

Para a terça-feira (9), aguarda-se a chegada de uma comitiva do governo para analisar a situação e propor possíveis saídas. O grupo é liderado pelo ministro Euclides Acevedo, do Interior; e Liz Cramer, da Indústria e Comércio.


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