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O mochileiro cego e surdo que já visitou mais de 120 países

Publicado em 07/12/2017 às 05:45

Sendo deficiente visual e auditivo, o britânico Tony Giles faz questão de se um viajante independente.  

E tem uma meta ambiciosa, ele pretende visitar todos os países do mundo.  

Com apenas 39 anos, ele já riscou 124 países de sua lista, com direito a salto de paraquedas na Austrália e voo de asa-delta no Rio de Janeiro. 

"Viajo sozinho porque é o maior desafio que eu posso encarar", conta Giles, que devido a problemas genéticos é completamente cego e tem apenas 20% da audição. 

Explica que ser um viajante independente traz muitas vantagens a ele, como o senso de descoberta e liberdade.  

"Se eu viajasse acompanhado, sobretudo por alguém que tenha visão, a pessoa estaria fazendo todo o trabalho, estaria me guiando, e eu não conseguiria tocar e encontrar tantas coisas como eu faço por conta própria", diz Giles. 

Além disso, é uma oportunidade de conhecer outras pessoas.  "Viajando sozinho consigo interagir com mais gente", acrescenta. 

O home também diz que há muitas dificuldades no caminho e que é preciso ser paciente, pois ele se perde o tempo todo. "É muito difícil procurar algo específico quando você não pode ver, por que obviamente você não consegue identificar", diz. 

"Vão passar umas dez pessoas por você até que alguém pare e pergunte: 'Você está perdido, precisa de ajuda?'. Aí você interage. É como funciona", explica. 

Foi o que aconteceu com ele em seu destino mais recente, Israel. Com o auxílio de pedestres Giles pegou um ônibus para visitar o Muro das Lamentações, na Cidade Velha de Jerusalém 

"Do ponto de vista histórico e espiritual, vale a pena visitá-lo", recomenda. 

Tudo começou com um Intercâmbio Universitário para os Estados Unidos em 2000. 

"Nova Orleans foi o primeiro lugar que fui sozinho. Estava sozinho em uma cidade estrangeira. Gelei." 

"Respirei fundo algumas vezes e disse para mim mesmo: 'É isso o que você quer. Se não quer, vá para casa'", relembra. 

Além de não desistis, Giles não parou mais. 

Nem mesmo um problema renal detectado em 2002, que o obrigou a se submeter a um transplante de rim em 2008, o impediu de continuar viajando. 

De acordo com ele, a doença o levou a tomar outra importante decisão ainda em 2002 que foi parar de beber, pois estava prestes a se tornar um alcoólatra. 

Entre os problemas de saúde e viagens, Giles encontrou tempo para se formar em História Americana, com mestrado em Estudos Transatlânticos.  

E ele ainda lançou um livro "Seeing the World My Way" (Vendo o Mundo do Meu Jeito), no qual relata acontecimentos sobre suas viagens pelo mundo.  

Entre as aventuras, estão um voo de asa-delta sobre a praia de São Conrado, no Rio de Janeiro, bungee jumping na Nova Zelândia, escalada de montanhas geladas e salto de paraquedas na Austrália. 

"Viajar é mais do que simplesmente ver o cenário bonito ou a paisagem com seus olhos", comenta no livro. 

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