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PROCESSO

Ex-chefe de gabinete de Beto Richa e operador financeiro são condenados

Outros quatro funcionários da Odebrecht também foram condenados pela Justiça Federal; ex-governador não era réu nessa ação penal da Operação Piloto.

Publicado em 23/01/2020 às 06:40
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Deonilson Roldo é ex-chefe de gabinete do ex-governador Beto Richa (Foto: Reprodução/ RPC Curitiba)

O ex-chefe de gabinete do ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB), Deonilson Roldo, e o empresário apontado como operador financeiro do político, Jorge Atherino, foram condenados por crimes como corrupção passiva e fraude a licitação em um processo sobre a duplicação da PR-323. 

A condenação desta quarta-feira (22), do juiz federal substituto da 23ª Vara da Justiça Federal, Paulo Sérgio Ribeiro, foi a primeira decorrente da Operação Piloto, que teve origem na 53ª fase da Lava Jato, deflagrada em setembro de 2018. 

Outros quatro funcionários da Odebrecht também foram condenados pelo juiz, que entendeu ter ficado comprovado o pagamento de propina pela construtora para favorecer integrantes do governo Richa. 

O advogado de Deonilson Roldo afirmou que só vai se manifestar sobre a condenação quando for intimado. O G1 tenta contato com as defesas dos outros citados. 

O ex-governador não é réu nesse processo. Ele é acusado pelos crimes de fraude a licitação, corrupção e lavagem de dinheiro em outra ação relacionada à Operação Piloto. 

Penas e crimes 

Roldo foi condenado a 10 anos e 5 meses de prisão, em regime fechado, pelos crimes de corrupção passiva e fraude a licitação. Já Atherino foi condenado pelo crime de corrupção passiva a 4 anos, 9 meses e 15 dias, em regime semiaberto.

Os dois também foram condenados ao pagamento de multa e ao ressarcimento no valor de R$ 4 milhões. O juiz absolveu ambos do crime de lavagem de dinheiro. 


Denúncia

Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), o Grupo Odebrecht fez, no primeiro semestre de 2014, um acordo ilícito com Deonilson Roldo para que a concorrência fosse limitada na licitação da Parceria Público-Privada (PPP) para as obras na PR-323.

Em contrapartida, a empreiteira pagaria R$ 4 milhões a Roldo e ao seu grupo, ainda conforme a denúncia. Os procuradores afirmam que lançamentos registrados no sistema de contabilidade informal da Odebrecht mostram o pagamento de pelo menos R$ 3,5 milhões em espécie.

As suspeitas se deram no contrato para duplicação do trecho que liga Maringá, no norte do Paraná, a Francisco Alves, no noroeste do estado. O valor total previsto para a obra era de R$ 7,2 bilhões.

O consórcio liderado pela Odebrecht foi o único a participar da licitação e venceu, mas a obra não saiu do papel.

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