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Aumenta o número de doações de órgãos de Umuarama

Publicado em 30/09/2015 às 07:39

O mês de setembro ficará marcado pelas ações de conscientização da população sobre a importância da doação de órgãos, realizadas pela Central Estadual de Transplantes do Paraná (CET/PR), que em alusão ao dia 27, data para lembrar o tema, inseriu o Estado na Campanha Nacional Setembro Verde.

Durante todo o mês, que encerrasse hoje (30), um amplo debate em torno da doação de órgãos e o transplante foi feito, abordando especialmente que haja a discussão da questão entre familiares, rumo a derrubada de mitos que envolvem o medo e inverdades sobre a morte cerebral.

Segundo a diretora da CET/ PR, Arlene Badoch, para se tornar um doador de órgãos basta comunicar sua família. E este foi justamente o tema da campanha “Fale sobre isso” lançada pelo Governo do Estado em setembro de 2014. “A doação só ocorre com autorização dos parentes mais próximos. Por isso, ressaltamos a importância das pessoas conversarem com seus familiares e expressarem o desejo de se tornarem doadores após a morte”, explicou Arlene.

Atualmente a CET/PR coordena o Sistema Estadual de Transplantes, composto pelas Comissões de Procura de Órgãos e Tecidos para Transplantes (Copott) de Londrina, Maringá e Cascavel, centros transplantadores e demais serviços credenciados. O Copott de Maringá é responsável pela captação de órgãos ou informação à central curitibana sobre doações feitas em Umuarama e região.

De acordo com a coordenadora do Copott maringaense, Gislaine Fusco Duarte, além de incentivar a abordagem do tema no ambiente familiar, a Secretaria de Estado da Saúde realiza constantemente capacitação dos profissionais lotados nos hospitais credenciados. “Houve uma maior ênfase neste mês com campanhas junto ao público acadêmico, contudo, durante todo ano as equipes hospitalares são treinadas para proceder diante da família e na explicação sobre a morte encefálica, para que não haja dúvidas”, comentou.

Após ser diagnosticada a morte encefálica no hospital e a família autorizar a doação, a CET/PR é notificada pela Comissão IntraHospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos (Cihdott) sobre a existência de possível doador. Com isso, a Central emite por sistema informatizado a listagem de potenciais receptores - ranking - e mobiliza uma equipe médica especializada para a retirada dos órgãos e tecidos.

Na maioria dos casos a principal impossibilidade de retirada de órgão está na negativa da família, seguida por idade avançada do doador e falta de condições aéreas para o transporte.

AUMENTO 

Os dados indicam que o trabalho de campanha governamental e a abordagem das equipes médicas hospitalares junto à comunidade e familiares têm apresentado efeito sobre a população umuaramense. De janeiro a agosto deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado, o número de doações de órgãos cresceu 157%.

Somente em 2015, no período que compreende a divulgação de dados do Copott, já ocorrem 17 doações de órgãos, entre os principais e cujo transplante podem ser feitos no Paraná, destacam-se: coração, córnea, fígado, ossos, pâncreas, pele, rim e válvulas cardíacas. Em todo o Paraná, houve um avanço na área de transplantes de órgãos e tecidos, alcançando a terceira posição entre os estados brasileiros.

Em 2010, era o décimo. O Estado saiu de 183 transplantes realizados em 2010 para 422 em 2014, um aumento de 130%. “Em todo o Brasil há aproximadamente 30 mil pessoas aguardando um transplante, sendo que deste total, cerca de 2 mil pessoas são paranaenses. Por isso, é importante que haja a doação. Uma única pessoa pode salvar até dez vidas”, comentou Gislaine.

A coordenadora explica que órgãos como pulmões e tendões não podem ser transplantados no Paraná, porém, toda a logística que envolve o processo de captação propicia o transporte dos órgãos para outros Estados. Apesar do aumento de captações de órgãos, em Umuarama não são realizados os transplantes.

Porém, segundo a coordenadora, os pacientes da cidade e região não são prejudicados. “Tradicionalmente Umuarama era conhecida por sua capacidade de realizar o transplante de rim, mas o procedimento é também realizado em Maringá, e nos últimos anos vimos que o número de operações caiu, fazendo com que o contrato não fosse renovado com o hospital e equipe que realizava o procedimento”, explicou à coordenadora.

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