Grávidas podem realizar consultas odontológicas durante toda a gestação, se necessário. Algumas futuras mamães deixam de frequentar o dentista durante a gravidez, por receio de que procedimentos anestésicos ou exames como o “raio-x”, prejudiquem o bebê.
De acordo com Davi Ceolin, odontólogo especializado em Dentística e Periodontia, este mito pode gerar consequências nocivas tanto para a mãe, quanto para o filho. “Durante a gravidez, ocorrem alterações hormonais e, devido a isso, é comum surgirem problemas como: Gengivite e Periodontite”, explica.
“Nestes casos ocorre um sangramento na gengiva. Como forma de defesa, o organismo aumenta a produção de Prostaglandinas, substância que pode induzir às contrações uterinas e antecipar o parto”, complementa Ceolin. O dentista explica ainda, que microorganismos da Placa Bacteriana podem penetrar as células Endoteliais - formadas pelos vãos sanguíneos e linfáticos - entrar em contato com o feto e assim, resultar em nascimentos prematuros e de bebês de baixo peso.
Cuidados
Além de visitas periódicas ao dentista, as gestantes devem cuidar com a higiene bucal diária e usar soluções que contenham Flúor. “Comumente, mulheres grávidas consomem mais limão e outros alimentos de origem ácida. Desta forma, a saliva também fica exposta a uma maior acidez, o que pode colaborar para a formação da Cárie”, destaca Ceolin.
Outra indicação é a ingestão de alimentos ricos em Cálcio, que auxilia a mulher na coagulação sanguínea e também na formação do esqueleto e dos dentes do bebê.
No consultório
Segundo o odontologista, a futura mamãe deve contar ao seu dentista sobre a gravidez, pois a partir deste conhecimento, exames como o “raio-x” serão realizados com a proteção necessária e os anestésicos comuns podem ser substituídos por produtos específicos.
“Além destas ações, nós podemos avaliar qual procedimento será melhor realizado, em cada momento da gestação”, observa Ceolin. “A anestesia, por exemplo, é mais indicada no segundo trimestre da gravidez, já que a gestante se encontra em um período de maior estabilidade física e psicológica. No terceiro trimestre, a ansiedade com o parto pode gerar desgastes emocionais desnecessários”, finaliza.